segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lei proíbe empresas de exigir exame de HIV de seus funcionários

Notícias / leis - 07/06/2010

Lei proíbe empresas de exigir exame de HIV de seus funcionários

Teste não será permitido em nenhum caso relacionado ao trabalho
Da Redação

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) baixou a portaria nº 1.249/2010, proibindo que as empresas do Brasil exijam de seus funcionários o teste de HIV em exames médicos admissionais e demissionais, avaliações periódicas ou em decorrência de mudanças de cargo do trabalhador, de forma direta ou indireta. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial da União em 31 de maio, é vedada a "adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de emprego ou à sua manutenção".

A portaria do ministro Carlos Lupi foi baseada na Lei 9.029, de 13 de abril de 1995, que impede a exigência de atestados de gravidez e esterilização de suas funcionárias durante o período de admissão, além de outras práticas discriminatórias, como consequência da contratação ou de permanência do vínculo empregatício.

Segundo o texto da portaria nº 1.249, essa proibição não deve impedir programas ou campanhas de prevenção da saúde que estimulem os trabalhadores a conhecer seu estado sorológico, por meio de exames, sem nenhum vínculo com a relação trabalhista, com o propósito de manter a privacidade quanto aos resultados.

O Ministério da Saúde estima que aproximadamente 630 mil brasileiros estão infectados com o vírus HIV. Segundo o órgão, a maioria dos portadores leva uma vida normal, sem qualquer sintoma ou manifestação da doença.


Homossexuais poderão incluir parceiros como dependentes na declaração do Imposto de renda

Notícias / leis - 30/07/2010

Homossexuais poderão incluir parceiros como dependentes na declaração do Imposto de renda

O parecer com a nova regra, redigido e analisado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, foi aprovado tanto pela Receita quanto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega

Da Agência Estado
 
 
Deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima semana a decisão da Receita Federal que dá direito aos homossexuais de incluir o companheiro ou companheira como dependente na declaração do Imposto de Renda (IR). O parecer com a nova regra, redigido e analisado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, foi aprovado tanto pela Receita quanto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

De acordo com a Receita Federal, a nova regra teve origem após uma consulta de uma servidora pública que desejava incluir a companheira como sua dependente no IR, abrindo precedente para outros casais na mesma situação. Ainda não há detalhes a respeito da nova regra ou quando ela entrará em vigor.

Empresa cria aplicativo para celular com roteiro turístico gay de São Paulo

05/08/2010

Fonte: Site Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Empresa cria aplicativo para celular com roteiro turístico gay de São Paulo
Com dicas de baladas, bares e programas culturais, programa será lançado em agosto e distribuído gratuitamente. O lucro deve vir com a publicidade
 
Por Rafael Farias Teixeira
  Divulgação

Corria o mês de junho quando a equipe de Reinaldo Klein, diretor da CMF Mídia, empresa de conteúdo e mídia para celulares, se esforçava para criar um novo aplicativo. Naquele mesmo mês, acontecia na avenida Paulista a Parada Gay de São Paulo, que trouxe cerca de 403 mil turistas para a cidade em 2010, segundo dados da São Paulo Turismo (SPTuris). Foi aí que veio a ideia: "Por que não fazemos algo para esse público?".

"O público LGBT é bastante antenado não só em atividades culturais, mas também em tecnologia, por isso pensamos em um guia de celular com programas turísticos", diz Klein. Primeiro, a CMF Mídia adquiriu conhecimento sobre esse mercado e, depois, partiu em busca de uma parceria com a ABRAT GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes), que já compilava um guia turístico impresso de São Paulo para esse público. "Nós achamos o projeto da CMF Mídia fantástico, porque é pioneiro, torna a pesquisa mais fácil e o visual, mais bonito", afirma Almir Vieira, presidente da associação.

O aplicativo contém um menu separado em áreas, como "Bares e baladas", "Estética e saúde", "Lazer e cultura" e "Hospedagens", em versões on-line - com atualizações constantes - e offline. "O universo das baladas, por exemplo, é muito dinâmico. Muitas vezes um DJ só é confirmado para uma festa na semana anterior, e com esse aplicativo o usuário tem uma agenda atualizada", diz Klein. Se utilizado em aparelhos com GPS, o usuário ainda poderá acessar mapas dos locais que busca.

A CMF investiu em torno de R$ 180 mil na produção do programa e espera recuperar essa quantia em 120 dias, com patrocínios e publicidade. Klein já prevê lucros em seis meses contando com a grande força do mercado LGBT. Segundo dados da SPTuris, o turista doméstico gastou, em média, R$ 839 por dia na semana da Parada Gay de 2010, enquanto os estrangeiros, R$ 2.087.

Inicialmente o aplicativo será distribuído gratuitamente na cidade de São Paulo a partir do dia 15 de agosto nos postos da CIT (Centro de Informações Turísticas) GLS ligados aos postos da CIT da SPTuris. Depois será lançado no Rio de Janeiro e Campinas e São José dos Campos (SP).


Empresárias heterossexuais faturam com loja de roupas, cuecas e sungas para o público gay

Empresárias heterossexuais faturam com loja de roupas, cuecas e sungas para o público gay

Com um faturamento de R$ 200 mil em 2009, a Cox Ipanema investe em uma marca própria e parceria com nomes internacionais para conquistar o estilo de seus clientes
 
Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios
Por Rafael Farias Teixeira
  Divulgação
Interior da loja Cox Ipanema

Roupas, bermudas, sungas, acessórios e vibradores. Esses são alguns dos produtos vendidos pela loja Cox Ipanema, do Rio de Janeiro, voltada para o público gay e criada por uma dupla de empreendedoras. Ambas heterossexuais. Ana Quaresma e Mônica Peixoto decidiram abrir a loja depois de conhecer melhor o universo gay da cidade de São Francisco, na Califórnia, estado americano conhecido por ser um dos berços do movimento LGBT. "A Mônica é minha cunhada e morou lá por 12 anos", conta Ana. "Eu ia visitá-la com muita frequência e notamos a abundância de negócios voltados para esse público."

Mônica, que é designer, voltou ao Brasil e não sabia o que fazer para se inserir novamente no mercado, enquanto Ana já queria abrir seu próprio negócio. Com sugestões de amigos e outras pessoas que também observavam o crescimento do mercado voltado ao público gay, confirmaram a oportunidade observada em São Francisco e inauguraram a Cox há quase dois anos com um investimento inicial de R$ 100 mil.

Fizeram uma grande pesquisa de mercado em lojas de São Francisco para identificar as principais tendências e começaram com confecção própria, para depois prospectar parcerias com outras marcas que se enquadravam no perfil dos seus clientes. "Eu me atualizo e pesquiso muito na internet para saber o que há de novo", afirma Ana. "Recebemos também muitas sugestões de amigos e achamos sempre algo novo em nossas próprias viagens. E não precisa ser necessariamente uma marca voltada para o público gay. Tem que se encaixar no gosto dele."

A loja fica localizada no terceiro piso de um edifício na Rua Visconde de Pirajá, próxima à praia de Ipanema e de dois pontos bastante frequentados pelo público gay, o Posto 9, na própria praia, e a rua Farme de Amoedo. No começo do negócio, Ana e a sócia costumavam pendurar uma bandeira arco-íris do lado de fora para atrair clientes das redondezas. "Desde o início também distribuímos flyers na praia e em outros lugares. É a forma mais imediata de atrair clientes, que acabam passando aqui no caminho", diz Ana. Além disso, a marca começou a ser anunciada em jornais de bairro e publicações direcionadas ao público homossexual.

Os clientes estrangeiros também são muito frequentes entre as araras de cuecas e camisetas estampadas. " De novembro a março, os gringos chegam a representar 60% das nossas vendas", afirma Ana. E os heterossexuais? Arriscam-se a chegar perto? "Não é tão comum, mas recebemos alguns com suas namoradas. Aqueles caras mais fortes, que buscam uma camiseta mais apertada ou mais decotada." A loja vende em média 2.500 peças por ano e faturou R$ 200 mil em 2009, com expectativa de chegar a R$ 350 mil em 2010.

Os diferenciais dos produtos
Mas o que faz o sucesso de uma roupa ou cueca para o público gay? E o que essas peças têm de diferente em relação a suas contrapartidas heterossexuais? "A cores são mais diversificadas e vibrantes, as estampas são mais ousadas e inusitadas e algumas camisetas com gola "V" são mais decotadas", explica Ana. "As cuecas também são feitas de outros tecidos, como fibra de bambu e lycra, e têm um corte mais baixo. Não é aquele básico, sempre branca, cinza ou preta. E vendemos também cuecas especiais que têm, por exemplo, um elástico atrás que deixa a bunda mais empinadinha."

A loja possui uma marca própria e tem parcerias com outros nomes como Anjo da Guarda, Adeh Oliveira, Surrender e a famosa AussiBum, grife australiana conhecida do público gay, cujas sungas chegam a custar R$ 250. Ana ainda está em negociações para comercializar a badalada marca espanhola de sungas e cuecas Es Collection, que faz a mesma linha de sua concorrente australiana. Além disso, a loja comercializa vibradores da marca sueca Lelo, que segundo Ana, tem um design diferenciado. "É um cantinho pequeno da loja e não chega a assustar os clientes", diz.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Grupo Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual

 

Grupo Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual, rebate os comentários do Professor Sérgio Cavaliere, e encaminha ofício à OAB com a seguinte pergunta: A Comissão de DH da OAB pode intervir de alguma forma?

| Eduardo Homem | 13/08/2010 17h09

A questão toda apresentada aqui é como essa infeliz frase está contextualizada. Vejamos: "..decomposição física e moral levando-o até mesmo à impotência sexual e à homossexualidade..". Põe no mesmo saco a homossexulaidade com uma idéia retrógada de desvio de conduta, de doença, problema. É a mesma coisa quando tentam associar-nos à pedofiia ou a criminalidade em geral. Vai na contramão do que a ciência vem demonstrando quanto ao tema e todas as políticas públicas já discutidas e em implementação.

Este professor precisa urgente de uma reciclagem e uma imersão sobre os direitos humanos. Acho que ele ainda vive na década de 60.... Coitados dos alunos que precisam fingir concordar com tanta bobagem para serem aprovados.

Julio Moreira - Coordenador Técnico - Grupo Arco-Íris
Secretário do Fórum Estadual de Grupos LGBT do Rio de Janeiro
Membro da Câmara Técnica do Programa Rio sem Homofobia
1o Secretário e Membro do Conselho Estadual dos Diretos da População LGBT do Rio de Janeiro

Representante no Rio de Janeiro do Projeto Aliadas
21-9318-0047// 21-2215-0844 // 21-2222-7286

 
 
 

Carta de um padre aos pais que têm filhos com orientação homossexual.

 
 
Agosto 15.2010
publicado por: Rumos Novos - GHC às 19:15

Prezados pais,

Os vossos filhos são um presente de Deus criador a vós e à humanidade, assim como a vida de todo o ser humano. E vocês são para eles um instrumento da Providência divina, para que tenham vida, afecto, educação e valores.

Chamamos Deus de 'Pai', conforme a nossa tradição judaico-cristã. Usamos a nossa linguagem e experiência humanas para nos dirigirmos a alguém que ultrapassa os limites do mundo e da nossa vivência. Também reconhecemos nele os traços da ternura materna. A experiência do amor incondicional, que os pais proporcionam, é fundamental para o despertar da fé e para uma sadia relação com Deus.

Ter filhos homossexuais remete-vos para a complexa realidade da diversidade sexual. Ao longo da história e em diferentes culturas, esta questão foi tratada de vários modos.

A nossa tradição de séculos longínquos e recentes já considerou a relação entre pessoas do mesmo sexo uma abominação e uma séria doença, impondo um pesado fardo a gays e lésbicas. No entanto, há mudanças que não podem ser negligenciadas, como a evolução dos direitos humanos, a superação da leitura à letra da Bíblia e, nos anos 90 do século passado, a supressão da homossexualidade da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde. Trata-se de uma condição, e não de uma opção, que alguns carregam por toda a vida.

A sociedade e as famílias necessitam aprender uma nova maneira de lidar com a homoafectividade; a Igreja Católica, que é parte da sociedade, também. Ao se falar da Igreja, frequentemente pensa-se em proibições e condenações. Este não é um ponto de partida adequado.

A Igreja ensina que ninguém é um mero homo ou heterossexual, mas antes de tudo um ser humano, criatura de Deus e, pela graça divina, filho Seu e destinado à vida eterna. E acrescenta que os homossexuais devem ser tratados com respeito e delicadeza. Deve-se evitar para com eles toda a forma de discriminação injusta.

No nível local, há mudanças importantes acontecendo na Igreja. Em 1997, os bispos católicos norte-americanos escreveram uma bela carta pastoral aos pais dos homossexuais. O título é: Always our children (Sempre Os Nossos Filhos). Segundo eles, Deus não ama menos uma pessoa por ela ser gay ou lésbica. A SIDA não é um castigo divino. Deus é muito mais poderoso, mais compassivo e, se for preciso, mais capaz de perdoar do que qualquer pessoa neste mundo. Os bispos exortam os pais a amarem-se a si mesmos e a não se culparem pela orientação sexual dos filhos, nem pelas suas escolhas. Os pais de homossexuais não são obrigados a encaminhar os seus filhos para terapias de reversão para torná-los heteros. Os pais são encorajados, sim, a demonstrar-lhes amor incondicional. E dependendo da situação dos filhos, observam os bispos, o apoio da família é ainda mais necessário.

Prezados pais, os vossos filhos serão sempre vossos filhos. Vocês não fracassaram e nem erraram por causa da sua orientação sexual. O estigma de infâmia e de doença ligado à homossexualidade precisa ser vencido. A aceitação da condição de vossos filhos torna a vida de ambos muito melhor e mais feliz. Esta tarefa não é fácil, mas também não é impossível. A prova disso é o depoimento de tantos pais que já o conseguiram, ainda que tenham levado alguns anos.


A confiança no bom Deus, fonte de todo o bem e do amor incondicional, há de tornar este caminho mais suave e com êxito.


Cordialmente,
Pe. Luís Corrêa Lima, S.J.

 

 

publicado por: Rumos Novos - GHC às 19:15


Associação dos Gays, Lesbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Limoeiro

VALE DO JAGUARIBE (16/8/2010)

Associação de Gays promove campanha contra homofobia

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Arizio Barros, da AAGLBTT, prega cartaz com lei municipal em favor dos homossexuais em Limoeiro
MELQUÍADES JÚNIOR

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16/8/2010

Mesmo com lei municipal em favor da causa homossexual, gays de Limoeiro do Norte ainda sofrem preconceito

Limoeiro do Norte. Dois homens ou duas mulheres, que fazem um casal, pretendem adotar uma criança que um casal heterossexual deixou "na rua". A notícia estava estampada no jornal, enquanto o locutor de rádio, em seu comentário, descarrega que isso "é o fim dos tempos", "quem será o papai e a mamãe?", seguido de julgamentos na mesma linha; uma professora sugere para um aluno adolescente, na frente da turma, que pare os "trejeitos" afeminados e vá "virar homem". Os casos de homofobia, em aversão à homossexualidade, aconteceram em Limoeiro e atiçaram a indignação de grupos de apoio aos gays, que três anos após a aprovação de uma lei municipal seguem na campanha contra a discriminação.

O preconceito contra gays e lésbicas é recorrente em qualquer parte do mundo, a diferença tem sido na resposta às situações "constrangedoras": reivindicação de direitos. A Associação de Apoio aos Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (AAGLBTT), decidiu pregar nas ruas um cartaz com a maior de suas conquistas até agora: Lei Municipal 1.334, de 2007, "veda a discriminação sexual em Limoeiro do Norte", e institui o Dia Municipal da Consciência Homossexual, sempre no primeiro sábado do mês de julho. São raros os municípios brasileiros com uma lei desse gênero, mas entre o dever e o direito há uma enorme brecha: falta de respeito. A Câmara Municipal de Limoeiro deu direito à AAGLBT de se considerar uma ONG legítima para defender a causa que prega.

"Não queremos que as pessoas façam mais do que o que fariam com qualquer outro sujeito, que respeitem, não se incomodem com a vida alheia, e que somos normais. Numa palestra que dei havia um grupo homofóbico, perguntei porque se incomodavam tanto comigo, é essa bolsa chique que tenho e saio rebolando? Saiam do armário, gritem, façam o que estou fazendo, que é ser feliz. A liberdade e a felicidade incomoda as pessoas. O homossexual é feliz. As pessoas que se sentem incomodadas viram homofóbicas", afirma o cabeleireiro Arízio Barros, presidente da AAGLBTT. Para ele, a "saída do armário" é uma condição subjetiva: "cada um sabe a vida que tem, e anunciar sua homossexualidade é uma decisão individual".

Direito sexual

O militante gosta de falar mais em "direito sexual", usando o critério de que ninguém é orientado à afetividade heterossexual ou homossexual. "A gente nasce assim", completa.

A lei 1.334 foi pregada em escolas, faculdades e repartições públicas e comerciais de Limoeiro. Em alguns casos, após ser pregado o cartaz o dono do estabelecimento retirava. A AAGLBTT tem acompanhado casos de denúncias de homofobia na região jaguaribana. De acordo com Arízio Barros, em 2009 um travesti foi morto por três adolescentes; em Morada Nova, um homem foi morto dois dias após ter anunciado sua homossexualidade. "Esses casos se repetem", lamenta Arízio.

A Associação dos Gays, Lesbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Limoeiro existe há cinco anos e possui 238 associados no Vale do Jaguaribe, sendo 183 de Limoeiro. Cada membro tem direito a 20 preservativos, repassados mensalmente pela associação, que tem o apoio da Secretaria Municipal da Saúde. "A primeira-dama Célia Costa Lima é nossa madrinha, pois tem dado forte apoio a todas as nossas atividades", ressalta Arízio. No primeiro sábado de julho, quando se comemorou o dia da consciência homossexual, foram homenageados o artista plástico Márcio (depois Márcia) Mendonça (em memória), e o umbandista José de Etelvina, o primeiro limoeirense a se assumir gay, na conservadora Limoeiro dos anos 60.

Todos os anos, a Associação participa de eventos sociais, fazendo doação de cestas básicas, prestando serviços como corte de cabelo e entretenimento com palhaços. Os casos de homofobia relatados no início da reportagem são acompanhados pelos militantes. A professora e a escola em que houve a agressão verbal a um estudante receberão a visita do Conselho Estadual de Educação, que acolheu a denúncia da AAGLBTT.

FIQUE POR DENTRO
Lei municipal

No dia 20 de fevereiro de 2007, a Câmara Municipal de Limoeiro do Norte aprovou a Lei 1.334, que cria o Dia da Consciência Homossexual, depois programada para cada primeiro sábado de julho. O trabalho teve autoria do presidente da Câmara, vereador Carlos Marcos "Barão", com aprovação por unanimidade e sancionada pelo prefeito municipal João Dilmar.

MAIS INFORMAÇÕES

Associação de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Limoeiro do Norte (AAGLBTT)
(88) 9234.2545

Melquíades Júnior
Colaborador

Regra sobre herança vale para gays, diz Justiça alemã

Regra sobre herança vale para gays, diz Justiça alemã

17 de agosto de 2010 | 14h 52
 
Fonte: AE-AP - Agência Estado

A Suprema Corte da Alemanha decidiu hoje que casais gays que têm parcerias civis registradas têm o direito às mesmas regras para o pagamento de imposto sobre herança que casais heterossexuais casados.

O Tribunal Federal Constitucional decidiu em favor de dois homossexuais que haviam perdido seus parceiros e contestaram as regras segundo as quais teriam de pagar o imposto sobre herança como se fossem parentes distantes do morto.

O tribunal decidiu que não há razão para discriminar pessoas que têm parcerias registradas. Tais uniões são feitas na Alemanha desde 2001, mas legalmente não têm o peso de um casamento. Atualmente, um dos cônjuges paga um imposto sobre a herança entre 7% e 30% no caso de bens que excedam 60 mil euros, mas parceiros homossexuais têm de pagar um porcentual entre 17% e 50%.

O tribunal disse que conceder equidade tributária às parcerias homossexuais registradas não interfere no dever constitucional do governo de proteger e apoiar o casamento e a família. O governo deve apresentar a legislação para encerrar essa discrepância até o fim do ano. "Este é um bom dia para os homossexuais na Alemanha", disse Volker Beck, legislador do partido Verde que assume sua homossexualidade.

Um esboço da lei já produzido pelo governo tem como objetivo eliminar a diferenciação, mas a Suprema Corte foi mais além e exigiu que a legislação seja retroativa e deve ser aplicada a todos os casos ocorridos desde que a parceria civil foi introduzida no país.

Nova temporada de "90210" - Seriado Teen - Divulgado qual será o personagem que assumirá homossexualidade em nova temporada de "90210"

Divulgado qual será o personagem que assumirá homossexualidade em nova temporada de "90210"

O canal CW resolveu promover mudanças no seriado "90210", spinoff da clássica série "Barrados no Baile", exibida nos anos 90. Para isso, conforme já havia sido anunciado anteriormente pela imprensa americana, mostrará o drama de um personagem que se assumirá homossexual na história. 


Teddy Montgomery, vivido pelo ator Trevor Donovan, assumirá sua homossexualidade em "90210"
Divulgação

Até o momento, o nome do personagem que irá se revelar gay na série era mantido sob sigilo pelos diretores do canal. Entretanto, de acordo com o site americano Just Jared, a missão caberá ao ator Trevor Donovan, que interpreta na história Teddy Montgomery, o garoto rico da trama.


A informação foi confirmada por Donovan, que contou à publicação como está sendo encarar um personagem que se assume gay. "Foi bem bacana quando eles vieram com a ideia, eu me senti honrado quando eles pensaram que eu poderia lidar com algo assim. O que nós gravamos até o momento é muito inteligente. Irei lidar com a luta por aceitação própria, o que eu acho que ainda não foi explorado o suficiente", acredita.


"90210" retorna para seu terceiro ano no dia 13 de setembro nos Estados Unidos. No Brasil, o seriado teen, que mostra a vida de dois irmãos, Annie e Dixon, que precisam se acostumar com a rotina em um novo colégio, onde o pai vai trabalhar como diretor, é veiculado pelo canal Sony.


Ricky Martin falará sobre homossexualidade em autobiografia

Ricky Martin falará sobre homossexualidade em autobiografia

San Juan, 19 ago (EFE).- Ricky Martin contará tudo sobre sua homossexualidade em sua autobiografia, "Yo" ("Eu", na tradução livre), que chegará às lojas no dia 2 de novembro em espanhol e inglês, anunciou nesta quinta-feira o cantor porto-riquenho, em comunicado.

O artista contará pela primeira vez em "Yo" as decisões que mudaram sua vida, como quando revelou publicamente que era homossexual.

Também explicará como decidiu se tornar pai e sua devoção por ajudar crianças ao redor do mundo vítimas de maus tratos, segundo o comunicado.

Além disso, Ricky Martin aborda sua infância na autobiografia, suas experiências no grupo Menudo, que levou o cantor à fama, sua evolução como músico e a conexão pessoal que mantém com milhões de fãs ao redor do mundo.

"Escrever este livro me permitiu explorar os diferentes caminhos e experiências que me levaram a ser quem sou hoje. Tive que reunir dados soltos que nunca antes tinha tentado unir e trabalhar profundamente nas memórias que já tinha apagado da minha mente", disse o cantor sobre o livro.

Ele conta que não foi fácil, mas depois de começar a escrever se deu conta "do incrível processo de cicatrização que tinha começado" e de seu desejo de compartilhar suas vivências pessoais com o público através do livro.


Filmes: O Nacional “Como Esquecer” com Ana Paula Arósio e o drama sombrio “Black Swan” com Natalie Portman e Mila Kunis.

O Nacional "Como Esquecer" com Ana Paula Arósio e o drama sombrio "Black Swan" com Natalie Portman e Mila Kunis.
Fonte: Cinema em cena
 
Filme:Como Esquecer
Baseado no livro de Miriam Campello e dirigido por Aline de Martino, neste filme Ana Paula Arósio interpreta uma professora passando pelo término de uma relação.
O filme fala sobre finais e recomeços e conta também com Murilo Rosa, fazendo o amigo gay, Natalia Lage, dentre outros.
Estréia dia 15 de Outubro nos cinemas mais "alternativos".
Filme: Black Swan (Cisne Negro)
O diretor Darren Aronofsky de Réquiem para um Sonho retornará ao Festival de Veneza com seu novo filme, Black Swan.
Selecionado para a abertura do evento, que ocorrerá entre os dias 1 e 11 de setembro, o longa traz no elenco Natalie Portman (Closer – Perto Demais), Vincent Cassel (À Deriva), Mila Kunis (O Livro de Eli) e a saudosa Winona Ryder.
 
O filme é um thriller psicológico sombrio.
Black Swan segue Nina, uma bailarina de Nova York cuja vida gira em torno de sua dança. Quando o diretor Thomas Leroy (Cassel) decide substituir a dançarina principal (Ryder) para a nova temporada de Lago dos Cisnes, Nina se torna sua primeira opção.
Mas ela tem competição: uma nova bailarina, Lily (Kunis), também chama a atenção do diretor. O papel requer uma dançarina que possua a inocência e a graça do Cisne Branco e, ao mesmo tempo, a sensualidade e a malícia do Cisne Negro.
Enquanto Nina seria perfeita para viver o cisne branco, Lily é a própria personificação do cisne negro. A rivalidade entre as duas personagens vai se transformar em uma estranha amizade e Nina vai se aproximar, perigosamente, de seu lado negro.
Estreia nos Estados Unidos em 01 de dezembro. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Filme " Homem no Banho"

13/8/2010

Rui Martins, em Locarno (PÚBLICO) 

 
Christophe Honoré: "Para um realizador é uma boa questão: como representar a sexualidade?"
   
  Christophe Honoré e François Sagat falam à imprensa, em Locarno, sobre "Homem no Banho".

O público encheu a sala, no Festival de Locarno, esta semana, para "Homem no Banho", de Christophe Honoré. Aplaudiu e muitos participaram da conversa com o cineasta e com o actor, François Sagat.

O projecto inicial era um curta, a ser filmada na região de Gennevilliers, periferia considerada uma das mais "quentes" da região parisiense - em termos sociais e étnicos. Logo o realizador concluiu que deveria fazer um longa, e o filme tornou-se outra coisa.

Honoré quis rodear-se de amigos, no estilo de Andy Warhol, fazendo tudo da forma mais prática e segundo o desenvolvimento cronológico das cenas. François Sagat, actor que vem do cinema porno, assume que o que faz no filme é diferente do que costuma fazer. "Falar é uma experiência nova para mim, mas senti-me integrado, devido à forma livre da filmagem". Honoré lembra que nos primeiros dias o actor não se sentia à vontade (há críticos que notam numa sensação de distância revelada na expressão de Sagat.)

Uma prova da liberdade que dominou o projecto, segundo o realizador, é o facto de o filme integrar comentários sobre a realidade que se passava durante a rodagem: as notícias sobre o Vaticano e o escândalo dos padres pedófilos, por exemplo, com a ligação feita entre a pedofilia e a homossexualidade. "Tudo isso dá ao nosso filme a ideia de uma fotografia da realidade", diz o realizador.

A presença de filmes como "LA Zombie", do canadiano Bruce LaBruce, também com Sagat, e de "Homem no Banho", em competição em Locarno, significa uma mudança nos festivais?

"Nem a minha mãe e nem a irmã de François consideram o filme porno. Não é minha intenção fazer filmes pornográficos, mesmo se respeito que François, meu amigo, os faça. Digamos que o meu filme mostra as coisas de maneira mais crua. Na história do cinema tem havido etapas. Depois de 'O Império dos Sentidos' [Nagisa Oshima, 1976] e depois do filme de Catherine Breillat ["Romance, 1999] muita coisa mudou. Para um realizador é uma boa questão: como representar a sexualidade? É o caso de 'Ma Mère' [filme de Honoré], com Isabelle Huppert, adaptado de Georges Bataille, no qual se trata realmente de uma representação sexual, talvez ainda mais que 'Homem no Banho'. Mas em 'Homem no Banho' o objectivo era a homossexualidade, ter ao mesmo tempo as cenas cruas, sinceras, sobre a relações entre homens, e os sentimentos, uma espécie de virilidade em repouso. E aí fazer um filme diferente daqueles que fizeram Chéreau e Téchiné, que se confrontaram com tais situações."

Como reagiram os habitantes de Gennevilliers, em grande parte muçulmanos, como reagem os jovens da primeira e segunda gerações perante a rodagem?

Sagat: "Essa nova geração muçulmana não aceita, mas vive isso em segredo. É algo que se faz ou se sabe existir mas que se esconde. Não aceitam oficialmente mas têm satisfação por participarem directamente ou simplesmente vendo as filmagens."

Honoré não queria fazer um filme sobre o crescimento do islamismo, nem sobre a integração dos árabes, mas um filme sobre os homossexuais em Gennevilliers, que são jovens e que são mestiços biológicos e culturais.

"Não sei se é mais fácil ou mais difícil a um muçulmano ser um homossexual em Gennevilliers ou na Bretanha. Mas minha impressão é a de ter circulado por essa periferia livremente sem restrição social ao desejo. O meu filme não quer constatar uma situação, mas é uma ficção e atrás dela pode haver uma situação real."

Rui Martins, em Locarno (PÚBLICO) 


Indicações Filmes

'Aquarela' quer temática gay além de festivais de cinema

    IGOR GIANNASI - Agência Estado

    A temática homossexual até desponta nas telas em produções de grandes estúdios de Hollywood - "O Segredo de Brokeback Mountain" e "O Golpista do Ano", com Jim Carrey, Ewan McGregor e Rodrigo Santoro, são exemplos - e ainda encontram vez em filmes nacionais, como em "Do Começo ao Fim" e "Elvis e Madona". Mas muitas obras de interesse da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) acabam restritas a festivais cinematográficos e, assim, alcançam um público menor do que potencialmente teria. Esse poderia ter sido o destino de "Aquarela - As Cores de Uma Paixão" (Watercolors), que entra em cartaz hoje na capital paulista e que foi exibido na 32ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2008.

    "Aquarela" mostra o artista plástico Danny em sua primeira grande exposição e envolto com as lembranças da época de adolescente - interpretado pelo ator Tye Olson -, fase marcada pelo fugaz relacionamento com o conturbado campeão de natação do colégio Carter (Kyle Clare). A descoberta da homossexualidade e os conflitos motivados por isso (não apenas nos protagonistas, mas também a reação entre os colegas de escola, que resulta em violência) são temas da obra dirigida pelo nova-iorquino David Oliveras.

    A produção é o quarto filme distribuído pela Festival Filmes, especializada em produções voltadas ao segmento LGBT e criada em julho de 2008 pela jornalista Suzi Capó. Diretora de programação do Festival Mix Brasil, já em 2004 Suzi tinha a vontade de se lançar na distribuição dos filmes que selecionava para a mostra sobre diversidade sexual e que sabia que não teriam chance de chegar ao circuito tradicional.

    O piloto para a experiência foi o vencedor do Mix Brasil de 2007 "De repente, Califórnia", lançado no ano passado e que chegou às telas de 15 cidades no País, entre capitais e localidades como Campinas, Santos e Tubarão (SC). Já o lançamento anterior ao "Aquarela", o sueco "Patrick 1,5", ainda em cartaz em Belo Horizonte e Salvador, teve distribuição em seis cidades.

    Segundo Suzi, ela "adoraria trabalhar no interior de São Paulo", mas questões técnicas ainda impedem uma ampliação das praças de exibição. "A Rain é a única empresa que faz projeção digital", justifica. E além da falta de disponibilidade de salas, em certos locais, o entrave é de outra ordem. "Recife é um mercado interessantíssimo, mas infelizmente os cinemas não têm interesse em exibir esse tipo de filme."

    Diversidade

    Suzi usa como exemplo a comédia romântica sueca em que um casal gay adota, por engano do órgão responsável, um adolescente de 15 anos ao invés de um bebê de 1,5 ano, para ressaltar a diversidade da produção voltada a esse público. "''Patrick'' é um reflexo dos tempos em que vivemos: ser gay não quer dizer que você é marginal", afirma. "A comunidade gay até encaretou muito."

    Em um gênero oposto está o drama israelense "Pecado da Carne", lançado em abril e que entrou em cartaz em dez cidades. Além de trabalhar a divulgação dele para o público homossexual, Suzi conta que usou como estratégia atrair também a comunidade judaica, já que o filme aborda a relação de um judeu ultra-ortodoxo, casado e pai de família, com um rapaz da mesma religião que vai trabalhar com ele em seu açougue.

    Em outubro, a Festival Filmes deve anunciar outro lançamento, o participante da Mostra de Cinema de São Paulo do ano passado, o canadense "Eu Matei Minha Mãe". O filme é a estreia na direção de Xavier Dolan. Para 2011, o escolhido é o peruano "Contracorriente", escrito e dirigido por Javier Fuentes-León, e que será o filme de abertura do Mix Brasil, em novembro, e que ganhou o "World Cinema Audience Award" no Sundance Film Festival 2010.



    quarta-feira, 4 de agosto de 2010

    “Ditadura Gay”: Psicóloga cristã pode ter direitos cassados

    "Ditadura Gay": Psicóloga cristã pode ter direitos cassados

     Blog Pastor:Afrânio Medeiros

    ASSEMBLÉIA DE DEUS SHALOM (PIRIPIRI – PI)

    Em defesa dos seus interesses, a militância gay tem manifestado-se em passeatas e no próprio Congresso Nacional em favor de argumentos como o Projeto de Lei Constitucional 122, que torna crime a homofobia – medo e aversão ao homossexual. Amparado pela alegação de preconceito, ou a famigerada "homofobia", o movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) tem ganhado força junto aos parlamentares. Contudo, segundo o deputado federal Paes de Lira (PTC), "há outras pessoas no Congresso Nacional que pensam de forma diferente e não aceitam também a criminalização da expressão do pensamento".

    Defensora de um estado homossexual temporário, e não imutável, como afirmam aqueles que alegam ter nascido com tal orientação sexual, a psicóloga Rozângela Justino tem experimentado a sua liberdade de expressão cerceada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), um dos reflexos do que a doutora denomina como "Ditadura Gay". "Ativistas do 'movimento pró-homossexualismo' tentam invalidar as chamadas 'terapias de reparação', negando o reconhecimento do apoio aos que desejam voluntariamente deixar a homossexualidade", disse Justino, que poderá ter os direitos profissionais cassados em julgamento no próximo dia 31 de julho.

    De acordo com a psicóloga, que acompanha desde 1987 pessoas que sofrem com o comportamento homossexual – este já classificado como um transtorno pela OMS (Organização Mundial da Saúde) junto com desvios como transexualismo, pedofilia e sadomasoquismo -, "profissionais da área da psicologia, mesmo acreditando na possibilidade de mudança daqueles que desejam deixar a homossexualidade, têm se recusado a atender pessoas em estado de sofrimento acometidas pela orientação sexual egodistônica [caso em que a homossexualidade é sinônimo de sofrimento para o indivíduo] com medo da 'ditadura gay' e da punição do CFP".

    Em entrevista ao Guia-me por telefone, o deputado Paes de Lira, que substituiu o parlamentar Clodovil Hernandes em março deste ano, expressou apoio a Rozangela Justino e avaliou a ação contra a psicóloga como uma retaliação do movimento LGBT. "A doutora Rozangela nunca defendeu que as pessoas fossem compelidas a se tratar. Ele só procura ajudar aquelas que procuraram socorro. Será que o papel do psicólogo não é esse? Eu penso que sim".

    Até mesmo no blog de Justino, internautas que desconhecem ou refutam o tratamento psicológico têm expressado opiniões que confundem o seu posicionamento profissional com uma pseudo postura fundamentalista religiosa. "Se você esteve na universidade, deveria ter aprendido que psicologia não é religião e vice-versa. (…) Evangelize quem você quiser e do jeito que você quiser, mas não coloque a Psicologia no meio disso. Respeito a opinião que você tem (apesar de não concordar), mas não admito que você coloque a SUA verdade acima de uma ciência séria (porque o que você faz não é sério, é uma estupidez sem tamanho)", afirmou o autor L.M sobre o artigo "A NOSSA HORA! Chegou a sua hora povo brasileiro! Chegou a sua hora, psicólogo brasileiro!", publicado no dia 21 de junho por Rozângela.

    Manifesto do Silêncio

    Desde que a ação foi movida e o seu julgamento remarcado (antes aconteceria no dia 29 de maio), Justino (que também atua como presidente da Abraceh – associação de apoio ao ser humano e a família), em parceria com aqueles que apóiam a liberdade de expressão, foi à Brasília no protesto "Manifesto do Silêncio", no qual os representantes utilizam máscaras e cartazes como: "Deixar a Homossexualidade é um Direito Humano e Constitucional".

    "Tivemos a oportunidade de orar em todos os gabinetes, foi uma bênção", afirmou Edna Miranda, esposa do ex-travesti Joide Miranda. "Todos ficaram pasmos, perguntando se era o Joide mesmo, e que eles não sabiam que existiam trabalhos como esse, em que os homossexuais podem procurar ajuda para sair voluntariamente dessa conduta. Não sabiam que havia retorno à heterossexualidade", disse Edna que tem visto o testemunho do marido repercutir entre evangélicos e gays: "Todos [homossexuais] que ouviram o testemunho e nos procuram, pessoalmente ou pela Internet, sempre contam a mesma história – falta de base familiar, ausência paterna, abuso sexual. Eles achavam ter nascido nessa condição. Quando então ouvem o testemunho de um ex-homossexual, aí renasce uma esperança".

    terça-feira, 3 de agosto de 2010

    O tempo como grande aliado

    A Notícia - Jornal de Joinville

    Redação de A Notícia

    03.08.10

    O tempo como grande aliado

    Há quase dez anos, o tempo é o melhor amigo de Marcelo*. Foi seu principal aliado quando, ainda jovem, assumiu a homossexualidade e enfrentou a rejeição dentro de casa. O pai chegou a expulsá-lo quando soube da opção sexual do filho.

    Marcelo viveu um intenso período de conflito familiar. Ainda hoje guarda resquícios dos sucessivos desentendimentos com o pai. "A primeira reação dele foi me expulsar de casa. Ele me tirou várias coisas. Por muito tempo eu só podia ir para casa para dormir. Minha mãe me ajudou nesse momento", lembra.

    O seu grande desafio foi administrar o tempo, com paciência. "Eu percebi que não podia fazer nada, a não ser ter paciência e esperar", recorda.

    O problema enfrentado por Marcelo se repete entre muitas pessoas que assumem a homossexualidade. São histórias de um preconceito que começa dentro de casa e, em alguns casos, terminam de forma dramática. "Ainda hoje, depois de tanto tempo, meu pai não conversa sobre o assunto comigo. Ele finge que não existe. Saí de casa, namoro há oito anos e só esse ano ele conheceu o meu marido", conta.

    Para o psquiquiatra Telmo Kiguel, coordenador do Projeto Discriminação da Associação Brasileira de Psiquiatria e um dos palestrantes da Semana da Diversidade, é inevitável que situações como essas causem desgaste e sofrimento mental. "Briga com família, independente do motivo, sempre vai provocar tristeza. Às vezes, as coisas não saem como a pessoa espera e é preciso ter paciência", afirma.

    De acordo com ele, não existe nenhuma fórmula para minimizar a dor desses momentos. "Mas hoje a sociedade aceita melhor esse tipo de situação. Os problemas são bem menores do que os que existiam um tempo atrás", acredita.

    Segundo ele, quando os pais aceitam a sexualidade dos filhos, a dor provocada pelo preconceito fora de casa pode ser minimizada. "A família é um porto seguro nessas horas", reforça.

    Livro: As Lésbicas - Mitos e Verdades

    Livro: As Lésbicas - Mitos e Verdades
     

    Num livro instigante e esclarecedor, Stéphanie Arc analisa as ideias preconcebidas sobre o lesbianismo e as comenta à luz de informações recentes. Partindo de pensamentos preconceituosos amplamente difundidos e abordando questões de identidade, gênero e até biologia, a autora fornece um rico retrato do lesbianismo ao longo da história e nos dias de hoje.

     
    Quem nunca ouviu um comentário depreciativo a respeito das lésbicas? "É fácil reconhecer uma lésbica; elas na verdade gostariam de ser homens; sofreram abusos sexuais na infância; nunca se relacionaram com um homem decente." Esses comentários fazem parte da cultura ocidental e povoam obras literárias, cinematográficas, científicas e acadêmicas. No livro As lésbicas – Mitos e verdades (136 p., R$ 31,00), lançamento das Edições GLS, a jornalista Stéphanie Arc aborda conceitos populares errôneos, as causas para que tenham se difundido, exemplos históricos e literários, o que se sabe hoje a respeito do lesbianismo e dados atuais que comprovam a nova interpretação.
     
    A autora faz um retrato detalhado das lésbicas ao longo da história e nos dias de hoje, fala sobre o mito da "origem" da homossexualidade e mostra até que ponto a sociedade influencia o comportamento das mulheres que amam mulheres. "Elas mantêm relacionamentos consentidos entre adultos, sem nenhum crime ou violência. E, no entanto, na maioria dos países essas mulheres são recriminadas, agredidas e às vezes assassinadas, em função de sua preferência amorosa", afirma Stéphanie.
     
    A obra está dividida em três capítulos: "Retrato das lésbicas"; "Origens da homossexualidade"; e "Lésbicas e sociedade". Diversos (pré)conceitos são rechaçados por essa intelectual engajada, mediante citações e referências, inclusive científicas. A obra é fundamental para lésbicas, feministas e estudiosos de gênero.

    "Analisar as ideias preconcebidas sobre as lésbicas permite, portanto, combater os preconceitos, terrivelmente autoritários, que formam a base da lesbofobia, mas também compreender como foram constituídas as marcas atuais da comunidade homossexual, com relação a linguagem, moda, locais e cultura", conclui a autora.

     
    A autora
     
    Nascida em 1976, formada em Filosofia Moral e Política pela Sorbonne-Paris, Stéphanie Arc é autora e jornalista (Le Journal du CNRS, Arts Magazine, CFDT Magazine...). Membro da associação SOS Homofobia, ela dedica parte de suas pesquisas à lesbofobia e às representações da homossexualidade feminina na sociedade ocidental. Com seus escritos e intervenções, participa, na França e no exterior (Alemanha, Bélgica), da luta contra a homofobia e a discriminação. Também publicou Comment je suis devenu philosophe (Como me tornei filósofo), livro de entrevistas com doze grandes filósofos franceses que falam sobre sua vocação e seu percurso.

    Título: As lésbicas – Mitos e verdades

    Autora: Stéphanie Arc

    Editora: Edições GLS

    Páginas: 136

     

    segunda-feira, 2 de agosto de 2010

    A biologia explica

    Revista Época
     
    Ciência e tecnologia
     
    Atualizado em 19/06/2008 - 20:16 hs
     
    A biologia explica
    Dois novos estudos reforçam a hipótese de que as causas da homossexualidade são biológicas
    Marcela Buscato

    A ciência procura há décadas as origens do comportamento homossexual. O tamanho dos dedos das mãos, a tendência para ser canhoto ou destro e até a direção em que os cabelos nascem já foram cogitados como diferenças físicas entre gays e heterossexuais. Pesquisadores suecos conseguiram mostrar pela primeira vez que algumas partes do cérebro de homossexuais podem realmente funcionar de maneira semelhante ao cérebro de uma pessoa do sexo oposto. Cientistas do Instituto do Cérebro de Estocolmo, na Suécia, usaram técnicas de tomografia para analisar o cérebro de 50 voluntários - entre heterossexuais e homossexuais de ambos os sexos. Eles descobriram que uma área ligada às emoções, chamada amígdala, é ativada da mesma maneira tanto nos homens quanto nas lésbicas. E que outro padrão é encontrado nas mulheres e nos homens gays.

    A equipe da neurobióloga Ivanka Savic também submeteu 90 pessoas a exames de ressonância magnética para medir o tamanho de cada uma das metades do cérebro. Mais uma vez houve correspondência entre homossexuais e o sexo oposto. Assim como os homens, as lésbicas têm o lado direito do cérebro maior do que o esquerdo. Já mulheres e gays têm as duas metades simétricas."Os resultados não significam que gays têm um cérebro feminino nem que lésbicas possuem um cérebro masculino", diz Qazi Rahman, da Queen Mary University, um dos mais influentes pesquisadores do Reino Unido na área. "Os gays têm o melhor dos dois mundos: um cérebro com características masculinas e femininas."

    Divulgação
    Imagens mostram que áreas ativadas pela amígdala são as mesmas no cérebro dos homens e das lésbicas. Também há correspondência entre circuitos acionados no cérebro de mulheres e homens gays. 
     
    O estudo foi recebido como uma das mais fortes evidências de que a causa da homossexualidade também é determinada biologicamente e não apenas por uma escolha pessoal, moldada por experiências de vida. "A anatomia do cérebro não é tão plástica a ponto de as mudanças relatadas no estudo ocorrerem durante a vida adulta", diz o neurocientista Jorge Moll Neto, coordenador do Núcleo de Neurociências da Rede Labs D'Or. Os pesquisadores suecos acreditam que as diferenças tenham sido moldadas ainda no útero materno. Já se sabe que a assimetria entre os hemisférios é formada entre o trimestre final da gravidez e logo após o nascimento. Para tentar confirmar a suspeita, agora Ivanka Savic estuda se a presença dessas características no cérebro de bebês poderá predizer qual será a orientação sexual desses futuros adultos.

    A nova pesquisa pode ser mais um passo na busca pelas causas da homossexualidade, mas não responde a uma das perguntas mais intrigantes da ciência. As características dos cérebros dos homossexuais seriam determinadas pela ação de genes específicos, os famosos genes gays? Ou poderiam ser explicadas pela ação, ainda no útero, de hormônios relacionados à diferenciação sexual?

    Enquanto não há resposta, outro estudo divulgado esta semana reforçou a idéia de que a homossexualidade faz sentido até do ponto de vista da seleção natural. Algumas linhas de estudo supõem que, quando presentes em mulheres, as supostas características genéticas gays aumentariam a fertilidade. Usando modelos matemáticos, o pesquisador italiano Andrea Camperio Ciani teria comprovado que mulheres da família de gays compensariam com vantagem os poucos filhos que eles teriam. E quanto mais descendentes, melhor para a espécie. Nesse caso, a matemática também explica.



    Atriz da série “Glee” assumiu que se preocupava com a fama e sua saída do armário

    Jane Lynch teve medo de assumir homossexualidade
    Atriz da série "Glee" assumiu que se preocupava com a fama e sua saída do armário
    Por Redação
    Publicado em 12/07/2010 às 14:12


    Fotos

    Crédito: Reprodução
    A atriz Jane Lynch

     
     


    A atriz Jane Lynch, que interpreta a treinadora Sue Sylvester na série "Glee", admitiu que teve medo de assumir sua homossexualidade.

    Lynch, que recentemente se casou com a companheira Lara Embry, esteve na abertura do festival de cinema Outfest, em Los Angeles. "Engraçado, quando era mais jovem costumava deitar na casa e pensar, `o que farei se me tornar famosa e descobrirem que sou gay?´ Eu me preocupava com isso", falou a atriz.

    "Mas tudo aconteceu naturalmente e não tive que esconder nada", acrescentou.

    A atriz, que foi homenageada no festival, lembrou as colegas que saíram do armário em tempos mais difíceis. "Foram as pessoas que se assumiram antes que abriram o caminho. Ellen DeGeneres, Rosie O´Donnell, Melissa Etheridge, Kd Lang, essas pessoas se levantaram e disseram: 'Eu sou gay – aprendam a lidar com isso´".

    Jane Lynch foi indicada na semana passada aos prêmios Emmy, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante por "Glee".






    Argentina celebra primeiro casamento entre mulheres no país

    Em cima da hora
    31/07/2010 - 18h16

    Argentina celebra primeiro casamento entre mulheres no país

    DA EFE, EM BUENOS AIRES

    Claudia Baéz e Cristina Medina foram hoje as primeiras mulheres a se casarem oficialmente na Argentina depois da sanção da lei que permite a união homossexual no país, no último dia 21.

    Juntas há seis anos, Claudia e Cristina se casaram hoje de manhã em um cartório da cidade de Río Gallegos, no sul da Argentina.

    Sem vestidos de noiva, mas com a tradicional troca de alianças, as duas deram um emocionado "sim" em uma singela cerimônia que oficializou a que já tinham realizado de forma simbólica no ano passado.

    Pouco depois, na cidade de Rosário, Martín Peretti e Oscar Marvich se casaram. Assim como outros 100 casais do mesmo sexo na Argentina, Martín e Oscar tinham recorrido à Justiça antes da sanção da nova lei para tentar casar no registro civil, mas não receberam permissão para tanto.

    Martín, de 36 anos, e Oscar, de 32, que estão juntos há sete anos, celebraram a oficialização de sua união com uma grande festa para mais de 200 convidados.

    Antes da reforma legal, nove casais do mesmo sexo conseguiram casar na Argentina por meio de recursos judiciais, mas alguns dos enlaces foram posteriormente anulados.

    LEI

    A Argenitna tornou-se o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento entre gays no no último dia 14, em meio a confrontos entre grupos de apoio e contra num debate que durou 15 horas no Parlamento.

    A lei autoriza, em nível nacional, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e lhes dá os mesmos direitos que os dados aos casais heterossexuais, como adoção e benefícios sociais. A medida foi sancionada pela presidente Cristina Kirchner no dia 21.

    O projeto sofria grande oposição da Igreja Católica, que reuniu milhares de pessoas em uma marcha pelo casamento entre homem e mulher durante a votação.

    Na Argentina, a Lei de União Civil da cidade de Buenos Aires, aprovada no final de 2002, foi o primeiro antecedente no país. Apenas quatro cidades argentinas admitiam a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

    Desde dezembro, pelo menos oito casais homossexuais se casaram no país mediante recursos judiciais, mas alguns enlaces foram posteriormente cancelados.

    A aprovação da medida atraiu casais gays estrangeiros, que passaram a fazer consultas sobre a possibilidade de se casar na Argentina.

    Como você reagiria se seu pai lhe contasse que é gay?

     
    02/08/2010 - 07h41
    Jornal Folha de São Paulo

    Na semana do Dia dos Pais, conheça jovens criados por pais que "saíram do armário"

    IURI DE CASTRO TÔRRES
    DE SÃO PAULO

    Luciana Whitaker/Folhapress
    Matheus e Viviane Mattos (no alto); Aléxia Gaspari, cercada pelo pai, Alexandre (esq.) e o companheiro, Ivan Amaro
    Matheus e Viviane Mattos (no alto); Aléxia Gaspari, cercada pelo pai, Alexandre (esq.) e o companheiro, Ivan Amaro

    Há quatro anos, Aléxia Gaspari, 16, estava no carro com seu pai, Alexandre, quando ele começou: "Olha, aquele amigo do papai não é só um amigo, entende? Ele vai morar lá em casa."

    "Na hora, levei numa boa. Mas, quando vi os dois se beijando, fiquei muito mal e tive uma crise de choro. Na teoria, é fácil aceitar. Na prática, é diferente."
    Com o tempo, a situação melhorou. "Hoje, somos uma família normal", diz.

    Na semana do Dia dos Pais, o Folhateen conversou com jovens criados por pais que "saíram do armário".

    As famílias homoafetivas ainda não figuram nas estatísticas do Brasil (os primeiros dados começaram a ser levantados ontem, no Censo 2010), mas elas existem e levantam uma questão para os adolescentes de hoje: como você reagiria se seu pai dissesse que é gay?

    Flávia*, 17, por exemplo, "costumava xingar homossexuais na rua". Quando o pai e, depois, a mãe assumiram que eram gays, a garota entrou em parafuso. "Fiquei transtornada. Não conseguia acreditar. Tudo virou de pernas para o ar", lembra.

    Flávia começou a culpar a mãe pelos porres que tomava. Tentou fugir de casa. E tinha vergonha de apresentar os amigos aos pais.

    Ela se refugiou nas letras e começou a escrever contos.

    "Amo meus pais e, quando vi que não tinha mais volta, passei a aceitá-los. Eu me coloquei no lugar deles e entendi o quanto deve ser difícil se assumir", explica.

    O desafio desses jovens é aplacar, de uma vez, o ciúme e o próprio preconceito.

    "O jovem pode achar que "ser gay" é uma forma de traição, e isso gera angústia", explica Ana Cláudia Bortolozzi Maia, professora de psicologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e autora do livro "Adoção por Homossexuais" (ed. Juruá). "Eles têm de entender que o pai não deixou de amá-los, só está tentando ser feliz", diz.

    HORA CERTA

    Pedro Carrilho/Folhapress
    Flávia*, 17, começou a escrever depois que o pai e a mãe "saíram do armário"
    Flávia*, 17, começou a escrever contos quando o pai e a mãe "saíram do armário"

    "Não deve ser fácil contar que é gay para o filho", diz Natália*, 15, cujo pai vive com outro homem há quatro anos. "Eu pensava: "Por que não me contou antes?". Acho que foi para me poupar."

    Existe hora certa para contar? Para Bortolozzi, em geral "a criança assimila melhor esse tipo de situação do que um jovem".

    E é uma boa falar sobre isso com os amigos? Matheus Mattos, 15, só contou que a mãe, Viviane, é gay para o melhor amigo. "O grupo social é importante para o jovem, mas pode ajudá-lo tanto a aceitar quanto a discriminar", diz a psicóloga.

    Certa vez, um garoto xingou o pai de Aléxia na escola. Desconcertada, ela pediu conselhos ao pai, que a ajudou a lidar com a situação. "Mas isso nunca mais aconteceu. Todas as minhas amigas adoram meu pai", conta.

    ADOÇÃO

    No mês passado, a Argentina aprovou uma lei que permite o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças por eles.

    O Brasil está atrás dos "hermanos" na questão dos direitos dessa minoria. Nem casamento nem adoção são regulamentados por aqui. O jeito encontrado por eles foi o improviso: há 15 anos, Jorge*, 15, foi adotado por dois homens, mas foi registrado no nome de apenas um deles.

    Na Câmara, o deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) propôs uma alteração no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para proibir que casais gays adotem crianças. Sua justificativa: isso "exporá a criança a sérios constrangimentos", como não conseguir explicar aos colegas por que tem dois pais ou duas mães.

    Jorge diz que nunca se importou com a orientação sexual dos pais. "Se eles se sentem felizes, por que vou me incomodar?", questiona.

    Segundo Bortolozzi, ao contrário dos mitos que rondam as famílias de pais homossexuais, "a única diferença é que os jovens criados por eles tendem a ser menos preconceituosos e mais tolerantes com as diferenças".

    Flávia faz o resumo da sua própria ópera: "Apesar dos maus bocados por que passamos, meu pai nunca deixou de ser meu melhor amigo. O que menos importa é se ele é gay ou se é hétero".


    (*Nomes fictícios)
     
     
    Os pais que você tem, do jeito que eles são

     

    ROSELY SAYÃO
    COLUNISTA DA FOLHA

    "Adolescência é o fim!" A frase, tão verdadeira em seu sentido literal, foi dita por uma garota de 15 anos para expressar o descontentamento com a relação com seus pais e seus pares. E talvez consigo mesma também.

    A adolescência é o fim de um ciclo da vida e o começo de outro. Um processo de maturação sexual física acompanhado de muitas outras novidades. Algumas boas, outras nem tanto.

    É a hora em que você busca saber quem é, quem gostaria de ser e constata, pouco a pouco, quem realmente é.

    Por isso, um luto é necessário: a perda dos pais.

    Sabe aqueles pais poderosos, quase perfeitos? Pois é: essa imagem vai-se na adolescência para ceder espaço aos pais que você realmente tem. Do jeito que eles são.

    Aí a coisa pega para muita gente. Como estabelecer uma identidade, sexual inclusive, em meio a pais de mais ou pais de menos?

    A boa notícia é que você tem grandes chances de sobreviver a esse período.

    Seus pais? Você precisa aprender que a conquista da autonomia passa inevitavelmente pelo processo de separação entre você e eles, isto é, eles lá com seus problemas, e você cá com os seus.

    Desenvolvimento do mundo é isso: a fila anda.

     

    FICÇÃO X REALIDADE

    Filmes e séries retratam adolescentes com pais homossexuais sem cair em estereótipos.

    Divulgação
    "As Melhores Coisas do Mundo"

    "As Melhores Coisas do Mundo"

    No filme de Laís Bodanzky, o pai de Mano (Francisco Miguez), 15, divorcia-se da esposa e começa um relacionamento com outro homem. O garoto enfrenta piadas na escola e tem problemas para aceitar a situação.

     

    Divulgação
    "Glee"

    "Glee"

    Rachel (Lea Michele), estrela do coral, é filha de dois homens judeus que contrataram uma barriga de aluguel. Ela leva a situação numa boa, mas é curiosa para saber quem é sua mãe.

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    Divulgação
    "The Kids Are All Right"

    "The Kids Are All Right"

    Julianne Moore e Annette Bening formam um casal de lésbicas que tem dois filhos do mesmo doador de sêmen. Quando a irmã mais velha chega à maioridade, o caçula pede que ela procure o "pai" deles.

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    Divulgação
    "Patrick 1.5"

    "Patrick 1.5"

    Na Suécia, Göran (Gustaf Skarsgård) e Sven (Torkel Petersson) se preparam para a chegada do bebê adotivo. Um erro, no entanto, traz para casa Patrik, 15, homofóbico, que terá de aprender a lidar com a nova família.