quarta-feira, 14 de julho de 2010

Protesto marca esforço da Igreja argentina contra união gay


Protesto marca esforço da Igreja argentina contra união gay
14 de julho de 2010 09h01
 
Maurício Boff - Direto de Buenos Aires
Manifestantes protestam contra o casamento gay em Buenos Aires Foto: EFE

Manifestantes protestam contra o casamento gay em Buenos Aires

Católicos e evangélicos fizeram um último esforço ontem para evitar a aprovação do casamento homossexual na República Argentina. O projeto que altera o Código Civil para possibilitar que homossexuais possam se casar será votado no Senado nesta quarta-feira. Se aprovada, a Argentina será o primeiro país na América do Sul a possibilitar uma união matrimonial além da relação homem e mulher.

Nesta terça-feira, a marcha "As crianças têm direito a mamãe e papai", idealizada por organizações ligadas à Igreja, reuniu milhares de pessoas em frente ao Palácio do Congresso da Nação, em Buenos Aires. No discurso das lideranças religiosas presentes no ato público, novos ataques foram lançados contra o governo kirchnerista e seus aliados.

"É fundamental que nossos representantes políticos protejam o matrimônio entre o homem e a mulher para a procriação, que é a lei natural", disse o diretor executivo do Departamento de Laicos da Conferência Episcopal Argentina (DEPLAI), Justo Carbajales, antes de discursar para a multidão.

No palco, Carbajales negou que o movimento cristão discrimina os homossexuais e repetiu parte do discurso dogmático orientado pela Conferência Episcopal Argentina. "Somos seres sexuados, genetica e biologicamente determinados como mulheres e homens", concluiu, ao dizer que nenhum "movimento cultural" 0 no caso, os grupos GLBTs - "pode desconhecer o que é uma verdade essencial".

O protesto foi o ápice da ação idealizada durante a 99° Assembleia Plenária do Episcopado Argentino, em abril, em resposta à mobilização do governo em conseguir a aprovação da matéria. No domingo, o cardeal primado e presidente da Conferência Episcopal Argentina, Jorge Bergoglio, chegou a dizer em carta às igrejas e paróquias que o casamento homossexual pretender "destruir o plano de Deus".

Ontem, a ação do clero entrou em uma nova fase. O diretor da Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas da Argentina (ACIERA) pediu que os fiéis fiscalizem à posição dos senadores durante a votação. "A pressão do oficialismo vem violentando a consciência de muitos senadores", afirmou Gastón Bruno.

Os dirigentes religiosos defenderam uma campanha nacional para que se evite votar nos políticos favoráveis ao casamento homossexual nas eleições nacionais marcadas para 2011. "Não devemos votar naqueles que se ausentarem ou se abstiverem (da votação), ou que estiverem na China para evitar o pleito", referiu-se Bruno aos senadores que acompanham a presidente Cristina Kirchner.

"Ataque ao oficialismo"
Se por um lado a Igreja endureceu politicamente o coro contra o apoio do governo kirchnerista ao projeto, o público presente pediu a manutenção da familia. "Eu vim aqui para garantir a união entre o homem e a mulher como o verdadeiro matrimônio", disse o encanador Marcelo Sosa, 47 anos, que contou não criticar a vida conjugal entre homossexuais desde que "não se chame casamento".

A professora universitária Susana Di Bella, 65 anos, defendeu que é livre a manifestação sexual na Argentina, mas que o casamento gay não pode ser encarado como familia. "Como se vai falar sobre educação sexual?", questionou.

A estudante María de los Ángeles, 17 anos, afirmou ter amigo homossexual e apontou que não é favor que "duas pessoas de um mesmo sexo casem ou adotem um filho porque a criança não tem direito de ser educada sem uma mãe, ou por um pai", destacou. "Os meus filhos eu vou ensinar o que é natural e o que é sano", apontou.

"Não escolhi ser gay"
A ação de resposta promovida pelo Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (INADI) nesta terça-feira reuniu dezenas em distintos endereços de Buenos Aires. A quantidade de pessoas que participou da ação do INADI, ligado ao governo argentino, não se comparou à multidão de fiéis. Na esquina da avenida 9 de Julho e Corrientes, o pedido era por um país verdadeiramente igualitário.

O estudante Diego Alayza, 19 anos, disse que o casamento gay é importante para ampliar os direitos civis aos filhos da mesma maneira que acontece com as crianças de casais heterossexuais. "Não escolhi ser gay, mas assim que eu sou", defendeu a igualdade o estudante. A estudante Elisa Araya, 22 anos, lamentou que ainda no século XXI pessoas "pensem que homossexualidade é uma doença, algo que se cura".

Mobilização lembra Lei do Divórcio
Em 1987, a Praça do Congresso também foi ocupada por milhares de pessoas ligadas à Igreja Católica para protestar contra a Lei do Casamento Civil e Familia. A legislação ficou conhecida como "Lei do Divórcio". Desde 1985, a Igreja Católica vinha criticando a reforma apresentada pela administração do ex-presidente Raúl Alfonsín. Em junho de 1987, o Senado aprovou a lei.

Especial para Site Terra

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meninas que gostam de meninas

Meninas que gostam de meninas

Homossexualidade entre adolescentes

Homossexualidade entre adolescentes

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Entre (apenas) mulheres

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Entre (apenas) mulheres

Entre (apenas) mulheres

Entre (apenas) mulheres

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Minha filha é lésbica!

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Minha filha é lésbica!

Minha filha é lésbica!

Minha filha é lésbica!

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Adolescentes lésbicas assumem a sexualidade cada vez mais cedo - O Globo Online

Minha Filha Adolescente é Lésbica: Adolescentes lésbicas assumem a sexualidade cada vez mais cedo - O Globo Online

Adolescentes lésbicas assumem a sexualidade cada vez mais cedo - O Globo Online

Adolescentes lésbicas assumem a sexualidade cada vez mais cedo - O Globo Online

01/07/2010 - Porque sou a favor do casamento homossexual - Por Dr. Luiz Mott


 
01/07/2010 - Porque sou a favor do casamento homossexual
Por Dr. Luiz Mott

O objetivo deste artigo é enumerar 10 razões que justificam minha convicção de que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo representa uma conquista importantíssima para a liberação homossexual, uma verdadeira revolução politicamente correta que deve ser abraçada por todos quantos defendam um mundo igualitário regido pelo amor e não pelo ódio. Por enquanto contento-me com a legalização do contrato de união civil ou da parceria civil registrada, conforme nossos deputados consideram que é o mais aceitável para ser hoje  aprovado pelo Congresso Nacional. Considero importante, crucial e indispensável a aprovação do projeto da Deputada Marta Suplicy, mas a meu ver, não passa de um migalha do que nós, homossexuais, temos direito e que daqui a alguns anos, será por todos reconhecidos: o direito absolutamente igual de todos os cidadãos, inclusive dos gays e lésbicas, de se unirem em matrimônio. Eis, portanto, nosso decálogo a favor do casamento homossexual:


1-  Nenhuma lei pode discriminar os homossexuais:  se a Constituição Federal  garante que somos todos iguais perante a lei, sem distinção de sexo, cor, raça, etc., porque só pessoas do sexo diferente podem legalizar sua união civil? Não existe nenhuma explicação racional que justifique a proibição do casamento entre dois homens ou duas mulheres : só o preconceito e a ignorância impedem o acesso dos homossexuais a esta instituição. A lei deve ser igual em tudo para todos, caso contrário, voltamos à barbárie, onde negros, mulheres, judeus, homossexuais eram tratados como criaturas de segunda categoria. Você não concorda?!


2- O exemplo dos países mais modernos: nossos modelos culturais devem ser aqueles países onde os direitos humanos são mais respeitados, onde gays e lésbicas são cidadãos plenos. A Dinamarca foi o primeiro país a legalizar a união entre  pessoas do mesmo sexo; na Suécia os homossexuais podem registrar no cartório um contrato de união civil, adquirindo praticamente os mesmo direitos que os casais do sexo oposto. Atualmente, três países já aprovaram o casamento homossexual: Holanda, Bélgica e Espanha. Cuba, Irã e Iraque certamente jamais aceitarão este avanço nos direitos humanos dos países do primeiro mundo. Você decide de que lado ficar: ser preso pelo crime de homossexualismo no Irã ou casar-se em Amsterdã. Depende de nós pressionarmos os legisladores a fim de aproximar o Brasil dos padrões modernos de cidadania, concedendo a todos, independentemente do sexo a igualdade de direitos civis, inclusive ao casamento.


3- Uma instituiçÃo praticamente universal: agora falo como Doutor em Antropologia: centenas de sociedades, nos cinco continentes, ainda hoje reconhecem, ou reconheceram no passado, a legitimidade da união conjugal entre pessoas do mesmo sexo. Na África, inúmeras tribos permitem o casamento entre mulheres; entre os índios Tupinambá, desde a época da descoberta, há registro de mulheres que viviam como se fossem casal; os "berdaches" (índios travestis) da América do Norte eram disputadíssimos como esposas; o "Batalhão dos Amantes" de Esparta era todo ele constituído de 'pares" (por que não falar "casais") homossexuais. Enfim: não faltam exemplos etnográficos comprovando que o casamento de homens entre si, ou de mulheres entre si, é um traço cultural comum a todas as raças e etnias.


4- Um costume ANTIQÜÍSSIMO: Goethe costumava dizer que a "homossexualidade é tão antiga quanto a própria humanidade". Parafraseio eu: o casamento homossexual é quase tão antigo quanto  a própria humanidade, tanto que a primeira referência  histórica ao homoerotismo liga-se ao casal divino: os deuses Horus e Seth, que viviam como se casados fossem. Entre os Hititas, há quase 4 mil anos passados, havia uma lei que autorizava o casamento entre dois homens. O historiador Boswell, da Universidade da Califórnia descobriu que os rituais de benção matrimonial na igreja católica entre dois homens é anterior à cerimônia matrimonial heterossexual. Portanto o casamento homossexual não é novidade do primeiro mundo: trata-se   de uma tradição  antiqüíssima, tão ancestral  quanto a democracia e a própria homossexualidade.


5- Uma aspiração de muitas lésbicas e gays: com certeza não sou o único gay a defender a legalização das uniões entre homossexuais. Contam-se aos milhares os pares do mesmo sexo que procuram uma autoridade civil ou religiosa, ou realizam algum tipo de cerimônia para demonstrar publicamente que a partir de então passam a constituir um casal ("caso",  "casal", "acasalamento", "casamento", são derivados de "casa" = lar, família). No Brasil há  registros de diversas travestis e lésbicas que forjaram documentos falsos e fingindo-se do sexo oposto, chegando a casar-se oficialmente: ao serem desmascarados, sofreram sanções penais. Se  o desejo de casar-se não é um delito , e se muitos gays e lésbicas desejam ardorosamente unir-se matrimonialmente, só o preconceito heterossexista  impede a realização deste sonho.


6- Com as BÊNÇÃOS de Deus:  o argumento de que defender o casamento gay provocaria grande indignação da igreja católica não deve ser supervalorizada pois o Papa Pio IX condenou violentamente todos que apoiassem o casamento civil, e a igreja perdeu esta batalha, como também teve de engolir o divórcio e nos próximos anos acabará por aceitar a homossexualidade , o fim do celibato do clero e até o aborto: Santo Agostinho defendia que a alma só entra no feto a partir do terceiro mês... Nos Estados Unidos e Europa padres e pastores já abençoaram milhares de casamentos homossexuais; no Brasil, alguns terreiros de Umbanda também realizaram cerimônias unindo matrimonialmente gays e lésbicas. O GGB traduziu um manual inglês para cerimônias de casamento entre homossexuais; os interessados que se candidatem!


7- Estratégia Anti-aids: embora o casamento não signifique necessariamente fidelidade conjugal, este poderia ser um argumento do movimento gay para sensibilizar a opinião pública: legalizando-se a união entre homossexuais, certamente haveria mais gays monogâmicos, com menor número de parceiros e menor rotatividade sexual,  auxiliando desta forma no controle da expansão do vírus da AIDS. E de fato, a experiência comprova que os "casos" homossexuais têm maior preocupação em só praticar sexo sem risco exatamente para evitar a contaminação do parceiro, quando menos para não ser prova material de uma infidelidade conjugal. Com o surgimento da AIDS o número de casais homossexuais fixos aumentou sensivelmente em todo o mundo.


8- Segurança Social e Legal: o reconhecimento legal do casamento entre homossexuais representaria uma garantia recíproca para o casal idêntica aos benefícios do matrimônio heterossexual; benefícios do INSS, direito à seguridade social do parceiro , acesso a empréstimos conjunto, direito a heranças, etc. Quantos não são os "viúvos gays e viúvas lésbicas" que ao morrer o parceiro, são despejados do imóvel comum, sem nenhuma possibilidade de recorrer à justiça. E já temos precedentes jurídicos para tal reconhecimento: o caso do pintor Guinle ganhou na justiça o direito à herança, apesar da tirânica oposição da "sogra despeitada". Se também às concubinas são garantidos direitos legais, por que não aos casais de lésbicas e gays? A Itália já estuda a possibilidade do reconhecimento destes direitos. Bravo!


9- Aumento da Respeitabilidade da Homossexualidade:  legalizando-se a união entre homossexuais, estaremos contribuindo decisivamente para destruir a imagem preconceituosa de que todo gay é promíscuo e incapaz de um amor verdadeiro e altruísta. A inclusão de um parágrafo sobre casamento homossexual dentro das leis brasileiras e a simples participação de homossexuais assumidos em celebrações civis auxiliaria a quebrar este tabu e a  ideologia homofóbica que ainda imagina que os gays são ridículos, caricatos ou desprezíveis. Legalizar o casamento homossexual é portanto um passo importantíssimo para a maior visibilidade e respeito aos direitos de cidadania dos gays e lésbicas. Negar esta evidência equivale a continuarmos na gaveta.


10- O Direito a Fantasia: apesar de reconhecemos que em muitas partes do mundo o casamento tradicional esteja em crise, nada  dá o direito a ninguém de impedir às pessoas que querem se "enforcar"com os laços do matrimonio. Para milhões de seres humanos, o casamento tradicional, agora modernizado pela legalização do divórcio, é uma fonte de grande felicidade, amor recíproco, segurança emocional e material, etc. Por que negar aos gays e lésbicas tentarem a sorte nesta loteria? Quem somos nós para impedir aos homossexuais a fantasia de serem mais felizes unindo-se "de papel passado"?! Não custa nada tentar : se o movimento gay e lésbico brasileiro conseguir a aprovação do casamento homossexual, só a experiência e o passar dos anos mostrará quem estava certo nesta polêmica questão. Se provar que sua legalização foi um equívoco, lá estarão os novos militantes para anular esta lei. Negar esta experiência, sem tê-la oficializado, é intolerância, preconceito e discriminação.


Estes 10 argumentos comprovam que a razão está do nosso lado. Aos que contestam compete o ônus da contraprova. Felicidade aos pombinhos..." 

*Texto originalmente publicado no Jornal Nós Por Exemplo, RJ, em 1995
** Luiz Mott é doutor em antropologia pela Sorbonne - França, decano do Movimento Gay Brasileiro e fundador do Grupo Gay da Bahia - GGB



O Cartório Colorido

O Cartório Colorido

Com vinte escrituras homoafetivas por mês, tabelionato cai nas graças dos gays

Fonte: Revista Veja São Paulo

Publicado em 28/06/2010

Quem entra no 26º Tabelionato de Notas, em um prédio comercial na Praça João Mendes, no centro, pode pensar que se trata apenas de mais um estabelecimento do gênero: tem luz fria, guichês e um incessante vaivém de pessoas carregando papeladas. Isso até chegar à sala de Paulo Roberto Gaiger Ferreira, decorada com duas telas da artista plástica Maria Tomaselli. É dali que despacha o tabelião gaúcho de 49 anos, casado com uma publicitária e pai de três filhos, responsável por transformar o lugar em referência para a turma do arco-íris. Todos os dias, o escritório recebe pelo menos três ligações de homossexuais interessados em detalhes sobre a Escritura Pública de Convivência Afetiva, cujo objetivo é oficializar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. "Viramos uma grife no que diz respeito ao assunto", conta ele. Vários tabelionatos do país se recusam a fazer esse contrato com receio de ir contra a Lei nº 8935/94, que tem um artigo que proíbe lavrar documento contrário à moral e aos bons costumes. Isso, evidentemente, varia de interpretação para interpretação. No primeiro trimestre deste ano, foram lavrados no 26º Tabelionato 69 escrituras de relacionamentos homoafetivos - 70% entre pares masculinos. "Elas são o amparo judicial que garante os direitos desse público."

Foi por isso que o geógrafo Alexandre dos Santos procurou o tabelionato. Dividindo o teto e as contas há três anos com o seu parceiro, o agente comunitário de saúde Vagner Leite, faz um ano que ele tenta incluí-lo como beneficiário do plano de saúde da empresa onde trabalha. "Agora, meus direitos devem prevalecer", afirma. A dupla assinou o contrato no dia 2 deste mês. "Demos uma festinha em casa para comemorar ao lado de amigos e parentes." Juntas há seis anos, a advogada Hanna Korich e a editora Laura Bacellar formalizaram sua história de amor em 2008. O objetivo era definir temas como partilha de bens e herança. "Entre outras coisas, o registro zela por nossos interesses em situações de separação e briga com familiares", explica Hanna. Embora 90% dos casos lavrados sejam entre paulistanos, há demanda de clientes de estados como Pernambuco, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal.

O "noivo" mais famoso que já esteve no tabelionato é o estilista Alexandre Herchcovitch. Em julho do ano passado, o titã da moda paulistana formalizou seu relacionamento com o também estilista Fábio Souza, dono do brechó À La Garçonne, em Pinheiros. Há três anos juntos, o casal discreto abre exceção no que diz respeito à escritura. "Divulgar nosso caso é um ato político, pois até poucos anos atrás fazer esse documento era impossível", afirma Souza. Entre os fatores positivos apontados pelo casal está a diminuição da burocracia. "As vantagens vão desde ter o mesmo plano de saúde até poder registrar em nome dos dois um filho, caso algum dia adotemos uma criança."

No Brasil, tanto o casamento quanto a união civil não são permitidos entre pessoas do mesmo gênero. "A diversidade de sexos é o requisito essencial de ambos", informa Adriana Galvão, presidente do Comitê de Estudos da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil. "A escritura se torna ainda mais importante para o casal gay provar a convivência e o patrimônio conquistado." Ainda que informalmente muitos a chamem de "união" ou "casamento", na prática ela vale como documento jurídico - não como estado civil. "Mas, entre amigos, tudo bem um chamar o outro de marido", diz Adriana.

O contrato pode englobar cláusulas pertinentes ao regime de bens, à herança e até indicar o responsável pelo poder de decisão em casos de ortotanásia (suspensão do tratamento de vítima de doença incurável). "Criar documento não é igual a preparar cheeseburger", compara o tabelião Ferreira. Se duas pessoas o procuram apenas para pôr no papel o tempo de convivência, podem sair de lá com o documento em menos de trinta minutos. Mas o processo pode durar um mês se incluir mais cláusulas. Entre os gays, 60% preferem adotar a comunhão parcial dos bens, 30% querem a separação total e 10% optam pela comunhão universal, segundo dados do 26º Tabelionato.

Para oficializar o relacionamento homossexual, paga-se uma taxa de 252,11 reais. Esse valor dobra se o casal quiser que, digamos, a hora do "sim" seja em outro lugar, como um bufê. "A partir de julho, vou servir taças de champanhe e bem-casados", promete o tabelião. Detalhe: nem todos os que se declaram marido e marido ou mulher e mulher se assumem publicamente. "Muitos querem seus direitos garantidos, mas sem fazer questão de alardear a orientação sexual."

A DEMANDA DO 26º

3 ligações de casais homossexuais atrás de detalhes sobre a Escritura Pública de Convivência Afetiva são recebidas por dia

20 contratos entre pessoas do mesmo sexo são oficializados todos os meses

70% das escrituras tratam de casais masculinos

252,11 reais são cobrados para oficializar o relacionamento

504,22 reais é a taxa para os que quiserem assinar os papéis em bufês e afins

 

Fonte: Revista Veja São Paulo

Publicado em 28/06/2010
 

Edith Modesto - Fundadora do Grupo GPH

 
Data:13.07.2010
 
Edith Modesto

Edith Modesto é escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP e escritora de ficção juvenil e de livros para adultos sobre homossexualidade.

Em 1992, descobriu que o caçula de seus sete filhos (seis homens e uma mulher) é homossexual. Desesperada, sentindo-se muito só e completamente ignorante sobre a questão, ela procurou outra mãe como ela para conversar e não encontrou.

 

Em 1997, formou um pequeno grupo de mães de homossexuais, também para que outras mães tivessem o que ela não teve. Até 1999, o grupo não passava de quatro mães, que se encontravam em sua casa.

Em 1999, o grupo virtual foi fundado e o GPH começou a crescer, principalmente porque Edith criou coragem para divulgar sua existência na mídia.

A partir de julho de 2005, o grupo contou com o apoio psicológico voluntário do psicólogo Klecius Borges, o único especialista em terapia afirmativa no Brasil.

Durante esse tempo, sua fundadora tem feito parcerias com vários grupos de militância e com a Prefeitura de São Paulo, principalmente para falar sobre a diversidade sexual para professores da escola pública.

Em julho de 2006, a Editora Record lançou o livro "Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade", de autoria da fundadora do GPH, livro feito a partir de 89 entrevistas com homens e mulheres homossexuais, de 15 a 62 anos.

Em outubro de 2008, a Editora Record lançou o livro, também de autoria da fundadora do GP, "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais". Nele, há sua experiência de mais de 10 anos conversando com pais e filhos homossexuas (LGBTs).

Em 2009, a Summus Ed. - GLS lançou o livro "Entre mulheres - Depoimentos homoafetivos". Nele, Edith Modesto dá voz a mulheres lésbicas, de 14 a 62 anos.

Hoje, o GPH é formado por mais de 200 associados em todo o Brasil!

   

 

 
 
  Entre Mulheres

Em "Entre Mulheres", Edith Modesto dá voz às mulheres que amam mulheres, para que elas mesmas possam dizer quem são, o que sentem, o que pensam, por quais dificuldades passam por se assumirem "diferentes", numa cultura ainda tão machista como a brasileira.
Livro recomendado para mulheres que estão descobrindo sua sexualidade, para quem quer conhecer mais sobre suas iguais, para seus familiares e amigos e para estudiosos da diversidade sexual e de gênero.


  Edith Modesto

"Este livro comprova que o trabalho sério e inteligente de uma formiguinha pode resultar em uma obra-prima: Vidas em arco-íris é um excelente flash do dia-a-dia e do que pensam os homossexuais do Brasil contemporâneo. Leitura atraente que mostra todas as cores e nuances do universo GLBT."
[Luiz Mott]


  Edith Modesto

O trabalho que Edith Modesto vem desenvolvendo com pais e mães de homossexuais por meio do GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) e, além de pioneiro no Brasil, altamente inovador. Embora similar na proposta ao grupo americano PFLAG, o grupo que Edith fundou e coordena exibe a afetividade e o calor humano próprios de sua alma brasileira.
Esse livro vem agora dar corpo (e alma) à extensa experiência e ao profundo conhecimento que Edith acumulou ao longos dos anos, resultado tanto de sua jornada pessoal quanto de sua atuação direta com centenas de pais e homossexuais de todas as

 

idades, assim como do contato com profissionais de auto-ajuda, educadores e religiosos.

[Klecius Borges]

 

Professora universitária dá voz à população gay brasileira

Edith Modesto, mãe de um homossexual e fundadora e coordenadora do primeiro "Grupo de Pais de Homossexuais" do Brasil, reúne depoimentos de 89 gays e lésbicas brasileiros em livro documentário

Acaba de chegar às livrarias o livro "Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade", de Edith Modesto. Publicado pela editora Record, é a primeira obra do gênero no Brasil, baseada em relatos de 89 homens e mulheres homossexuais entre 14 e 62 anos. Trata-se de um trabalho inédito que busca reformular o conceito de homossexualidade junto ao grande público e à própria comunidade gay, ao mostrar como vivem, pensam e sentem essas pessoas.

Entre os entrevistados, destacam-se personagens de expressão no jornalismo, na música e nas artes, lado a lado com anônimos, inclusive aqueles que ainda "não saíram do armário" e preferem não ter suas identidades reveladas. A obra retrata histórias pessoais dos entrevistados e aborda diversos assuntos, como auto-aceitação, relacionamento familiar, relacionamentos afetivos (namoro, casamento), sexo, filhos, DSTs, drogas, religião e militância, entre outros.

A publicação, que contou com o apoio de expressiva parte da militância brasileira, também aborda a posição do Brasil em relação aos homossexuais e a defesa de seus direitos, além da Parada do Orgulho Gay. A apresentação fica por conta de Vange Leonel, militante gay, cantora e colunista da Folha de São Paulo.

"Esse trabalho não tem nenhuma pretensão acadêmica", explica a autora. "Minha intenção foi aproximar o público da realidade dos homossexuais, mostrando o que eles sentem no convívio social e consigo mesmos, o que pensam, do que gostam, o que almejam. O livro não trata somente da sexualidade, parte importante do ser humano, mas de gente, por inteiro."

VIDAS EM ARCO-ÍRIS – Depoimentos sobre a homossexualidade
Edith Modesto
Editora Record
Coleção Contraluz
399 páginas - (NAS LIVRARIAS)

Para mais informações sobre a escritora e seus livros acesse:
Http://www.edithmodesto.com.br



Grupo de Apoio aos Pais de Homossexuais no Brasil

Grupo de Apoio aos Pais de Homossexuais no Brasil

Grupo de Apoio a Pais de Homossexuais no Brasil

Aceitar a homossexualidade do filho não é tarefa simples para os pais, é necessário romper muitos preconceitos para poder conviver pacificamente com essa realidade. O Brasil ainda tem uma margem de preconceito muito grande, que afeta a opinião dos pais e interfere nas vidas dos homossexuais.

Para tornar mais fácil a aceitação da homossexualidade, algumas associações estão sendo criadas com o objetivo e ajudar, instruir e evitar sofrimento dentro da família. No Brasil, a GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) se destaca como uma das entidades mais competentes, capaz de reaproximar pais e filhos apesar de todas as diferenças e preconceitos.

O Grupo foi fundado por Edith Modesto, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP e grande escritora brasileira. A idéia de criar a associação surgiu quando Edith descobriu que seu filho era homossexual e ela não tinha informações sobre esse tipo de assunto. Nos primeiros anos Edith sentiu-se desesperada com a descoberta, mas em 1997 ela resolveu fundar um grupo de apoio às mães de homossexuais.

Com o tempo, o trabalho de Edith foi adquirindo proporções maiores e atraindo o interesse de muitos pais que precisavam de ajuda e conselhos. A partir de todas as experiências e depoimentos, Edith publicou o seu primeiro livro sobre homossexualidade em 2006 pela editora Record.

Hoje, o Grupo de Pais de Homossexuais é formado por 200 associados em todo o Brasil e já encontrou espaço na mídia para divulgar o seu trabalho. A ONG ajuda os pais que desconfiam da homossexualidade dos filhos ou não lidam bem com essa idéia. As administradoras do GPH são conhecidas como "mães facilitadoras" que conversam com pais de todas as partes do país.

Os pais que participam do grupo podem freqüentar reuniões de apoio e buscar compreensão com outros que sofrem do mesmo problema. O GPH já alcançou resultados positivos e reaproximou pais e filhos, rompendo qualquer tipo de preconceito

As pessoas interessadas em conhecer o GPH, devem acessar o site oficial do grupo, conhecer com detalhes o funcionamento do grupo e a realização de projetos. Os pais ou homossexuais podem entrar em contato com Edith pelo site e pedir ajuda.

Acesse GPH.org e conheça o maravilhoso trabalho da ONG.

http://www.gph.org.br

Lançamento Bíblia e Homossexualidade - verdade e mitos, de Alexandre Feitosa

Lançamento Bíblia e Homossexualidade - verdade e mitos, de Alexandre Feitosa




Alexandre Feitosa é licenciado e bacharel em Letras pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado Oliveira do Rio de Janeiro (Universo) e mestrando em Teologia Histórica pela Escola de Teologia do Espírito Santo (Esutes). Atuou como professor em faculdades teológicas no Distrito Federal e atualmente faz parte do quadro efetivo da Secretaria de Educação do DF (SEE/DF). Há seis anos dedica-se ao estudo do tema "Bíblia e homoafetividade", possuindo diversos artigos publicados.

Lançamento Bíblia e Homossexualidade - verdade e mitos, autor: Alexandre Feitosa
Data: 17 de julho, sábado

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Teatro: Amor e preconceito no palco

Teatro: Amor e preconceito no palco

07/07/2010:

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC


"O Quarto de Giovanni", adaptação de livro homônimo do escritor norte-americano James Baldwin, ganha montagem que estreia amanhã, no Teatro Brigadeiro, na Capital.

Com texto e direção de Roberto Cordovani, que morou e atuou no Grande ABC e hoje está à frente da Cia Internacional de Teatro de Repertório Arte Livre, com sede na Espanha, a peça, depois da temporada brasileira, segue para apresentações na Europa.

Ambientada em Paris, nos anos 1950, conta sobre David, norte-americano seduzido pelo italiano Giovanni em um bar gay. Os dois passam três tórridos meses juntos. Namorado da bela Hella, David não consegue aceitar a natureza dos seus sentimentos pelo amante.

"É um livro que fascina pela dinâmica e poder das palavras. Baldwin era escritor, negro, homossexual e tem um jeito muito particular de falar sobre preconceito. Ele não escreve sob uma ótica apenas, mas trata dos sentimentos humanos em geral, como ponto de discórdia e ironia", conta Cordovani, que também interpreta David.

"O meu personagem é vítima dele mesmo, criando nas mentiras um escudo para não se envolver", completa.

A vontade de montar o espetáculo vem de longa data. Durante três anos Cordovani tentou conseguir os direitos do texto, que estavam reservados para a produtora de Brad Pitt. Liberado, agora chega aos palcos, não sem enfrentar o preconceito. "Deixamos de conseguir pelo menos três patrocinadores que não quiseram seus nomes atrelados a um espetáculo de temática gay. Em um País onde a gente imagina ter mais abertura para tratar de certos temas, estamos cercados de preconceito", afirma.

Cordovani diz ainda que a abordagem vai muito além: "É um texto que fala sobre amar e não ser correspondido, sobre amor platônico, sexo disassociado do amor e do preconceito que temos contra o outro e contra nós mesmos".

O Quarto de Giovanni - Teatro. No Teatro Brigadeiro - Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 884, São Paulo. Tel.: 3115-2637. 5ª a sáb., às 21h; dom., às 19h. Ingr.: 50 (5ª) e R$ 60 (6ª a dom.). Até 15 de agosto.


Diário do Grande ABC

Cidade do México teve 271 casamentos gays em quatro meses

Cidade do México teve 271 casamentos gays em quatro meses

07/07/2010:



FolhaOnline



A Cidade do México teve 271 casamentos entre casais de gays e lésbicas desde que a capital decretou a primeira lei na América Latina permitindo explicitamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O governo municipal disse que houve 142 casamentos entre homens e 129 entre mulheres nos quatro meses desde que a lei entrou em vigor, em 4 de março.

O governo disse nesta terça-feira que 18 estrangeiros estão entre os recém-casados, e os demais são cidadãos mexicanos. O maior número de casamentos aconteceu no primeiro mês após a ler entrar em vigor.

A Suprema Corte do México considera desafios à lei, que se aplica apenas à capital mexicana, mas a medida deve permanecer em efeito enquanto é revista. A decisão é esperada para agosto.

GNT exibe programação especial sobre diversidade sexual

GNT exibe programação especial sobre diversidade sexual


06/07/2010:


Doc 'Soy Gay e Daí?' fala sobre a origem da homossexualidade (Reprodução)


Como já é tradição, o GNT exibe no mês de julho uma série de filmes e documentários inéditos que abordam a diversidade sexual. No domingo, dia 4, às 22h, o “Marília Gabriela Entrevista” recebe o psicoterapeuta Klecius Borges, especialista em terapia afirmativa de gays, lésbicas e bissexuais. Ele se dedica há dez anos à clínica homoafetiva, orientando homossexuais e suas famílias.

Na quarta, dia 7, às 21h, o GNT apresenta o inédito “Jerusalém: As Fronteiras do Preconceito”. O documentário mostra um bar gay chamado Shushan, localizado na cidade, onde pessoas de diferentes nacionalidades, religiões e orientações sexuais vivem em paz em um lugar dividido pela guerra. A produção acompanha a rotina de palestinos e israelenses e a luta deles para fazer uma Parada Gay em Jerusalém.

Também na quarta, dia 7, à 0h, será exibido “Sou Gay, e Daí?”, documentário que levanta a polêmica da origem da homossexualidade. A produção exibe entrevistas com cientistas americanos que alegam ter descoberto o “gene gay”. O doc discute de maneira sensível e independente questões políticas sobre a igualdade de direitos.