Fonte:
Revista Época
07/01/2010 - 13:43 - Atualizado em 10/01/2010 - 17:48
Um em cada três gays assume sexualidade antes dos 15 anos
Pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostra que metade dos entrevistados já foi vítima de preconceito
Redação Época, com Agência Estado
Um a cada três gays assume sua sexualidade diferente da hetero antes dos 15 anos, segundo pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo durante a Parada LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), em junho do ano passado.
De acordo com a Secretaria, foram ouvidas 211 pessoas entre 10 e 24 anos. Do total, 31,3% disseram ter assumido a sexualidade diferente da hetero entre os 10 e os 14 anos, 62,8% entre 15 e 19 anos e apenas 5,9% após os 20 anos. O estudo mostrou ainda que 71,1% dos entrevistados tinham assumido sua sexualidade diferente da hetero para a mãe. Os que contaram para o pai representaram 56,8% do total.
Entre as pessoas do sexo masculino, 42% responderam que haviam se relacionado sexualmente com mais de 10 parceiros e 19,4%, com cinco a nove parceiros. Já entre as mulheres, 35% informaram terem tido relacionamento com mais de 10 parceiros e 30%, com cinco a nove parceiros.
Metade das pessoas ouvidas relatou ser vítima de preconceito, discriminação ou falta de respeito nos serviços de saúde. Alegaram falta de atenção, descaso ou desinteresse no atendimento 9,95%. Entre os entrevistados do sexo feminino, 61,6% vão ao médico preventivamente e, entre os do sexo masculino, 52,2%.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, um programa específico está sendo desenvolvido para atendimento de adolescentes LGBTT em todo o Estado. Em novembro do ano passado, foi realizada uma grande capacitação para cerca de 800 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e dentistas, que trabalham em serviços de saúde voltados a jovens.
"A rede de saúde precisa acolher esses adolescentes e não inibi-los, pois a vulnerabilidade pode fazer com que o jovem adote comportamentos de risco. O acompanhamento médico adequado dos jovens deste grupo pode evitar o surgimento ou agravamento de problemas de saúde", afirma a coordenadora de Saúde do Adolescente da secretaria, Albertina Duarte Takiuti.
Por conta desse programa, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) convidou a secretaria para colaborar na elaboração de diretrizes que irão nortear o atendimento em saúde de adolescentes e jovens em toda a América Latina.
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