Nos meses de julho e agosto, países como Argentina e México aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, assegurando-lhes a proteção legal e recolocando o tema em debate nas Américas. "Os vínculos afetivos extramatrimoniais, por não serem admitidos como família, eram condenados à invisibilidade", afirma a psicóloga Maria Berenice Dias, mas tais conquistas estão reconfigurando o olhar da sociedade para os relacionamentos homossexuais e, por meio deles, para o conceito de família. "É indispensável ter uma visão plural das estruturas familiares e inserir no conceito de entidade familiar os vínculos afetivos que, por envolverem mais sentimento do que vontade, merecem a especial proteção que só o Direito das Famílias consegue assegurar", ressalta a pesquisa da psicóloga.
Maria Berenice participa da mesa-redonda Diversidade Sexual: Desafios para a subjetividade e para a democracia, que acontece no dia 5 de setembro, das 14h às 16h, no III Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência & Profissão. Também fará parte da mesa a especialista Suely Emilia de Barros Santos, cuja pesquisa, Homossexualidades e Juventudes: Novas pinceladas no cenário das subjetividades, aborda o papel da psicologia nesses casos. "A psicologia pode ser mais um instrumento de reconhecimento e de promoção de tal diversidade que se configura não somente pela sexualidade, mas pela multiplicidade que é própria do humano", defende Suely.
Diversidade, homossexualidade e homofobia, temas de reconhecida importância para os estudos de psicologia individual e social, serão destacadas por diversos participantes do congresso, como Aline Aparecida Rabelo, com A função da homofobia na diferenciação entre o masculino e o feminino; Vera Lúcia Mendes Trabbold, com A busca do corpo ideal entre adolescentes masculinos que frequentam academias de ginástica, entre outros.
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